


De Richard Strauss
ÓPERA
Ariadne em Naxos
Uma Ópera Sublime e Emocionante
A Ópera que se apresenta no palco é baseada na lendária história mitológica de Ariadne, a princesa abandonada por Teseu na ilha de Naxos. Quando a cortina se abre, Ariadne encontra-se deitada diante de uma caverna, cercada por suas ninfas companheiras - Dríade, Náiade e Eco - que, juntamente com Zerbinetta e Arlequim, tentam despertá-la com uma canção. No entanto, Ariadne não ouve nem vê. Ela aguarda ansiosamente a chegada do mensageiro da morte, que a libertará de sua vida marcada pela solidão e pelo desespero. Após ser abandonada por Teseu, ela apenas anseia por uma fuga definitiva.
Zerbinetta e seus parceiros, Arlequim, Truffaldino, Brighella e Scaramuccio, tentam mais uma vez animá-la, usando canções e danças alegres. Porém, é Zerbinetta quem, com seu recitativo e ária, fala diretamente com Ariadne. Ela a lembra das inconstâncias dos homens, da vulnerabilidade das mulheres e da dualidade entre a dor de um amor perdido e a tentação de iniciar um novo. Ariadne, tocada pelas palavras, retira-se em reflexão para sua caverna.
Os comediantes, por sua vez, se envolvem em um jogo de flertes e Zerbinetta se entrega ao romance, saindo repentinamente com Arlequim, deixando os outros para trás. As ninfas, alertas, percebem a aproximação de um navio e anunciam a chegada de uma “radiante maravilha”, um jovem deus. Este deus, que se revela ser Baco, se faz ouvir, e Ariadne, em sua confusão, inicialmente o saudando como Teseu, logo se corrige, reconhecendo-o como o mensageiro que esperava para levá-la à outra vida, onde o sofrimento e o esquecimento dominam.
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Baco, emocionado, revela sua verdadeira natureza divina e, com grande ternura, garante a Ariadne que ela jamais sofrerá novamente, pois "as estrelas morrerão antes que ela, Ariadne, morra em seus braços". Segue-se um dueto profundo e apaixonado entre os dois, e um pálio desce do céu estrelado, envolvendo os amantes. A melodia das ninfas ecoa uma última vez, enquanto Zerbinetta, ao longe, comenta: "Quando o novo deus surge, as mulheres se rendem, sem uma palavra..." A ópera culmina com as vozes estáticas de Ariadne e Baco, encerrando essa história de amor e redenção divina.
Esta Ópera, com sua combinação de mitologia, emoção e complexidade humana, não é apenas uma obra teatral, mas uma experiência sensorial que toca o coração, explorando a dor, o amor e a busca pela libertação, com a grandiosidade da música operática conduzindo cada momento.
A Ópera Ariadne auf Naxos, de Richard Strauss, é uma das mais fascinantes e inovadoras do repertório operístico. A obra combina de maneira única elementos de comédia e tragédia, baseando-se na mitologia grega de Ariadne.
Estreada em 1912, em Stuttgart, Ariadne auf Naxos é a terceira colaboração entre Strauss e o libretista Hugo von Hofmannsthal, sendo uma das peças mais refinadas do repertório de Strauss. A obra ganhou sucesso imediato, não apenas pela sua música sofisticada, mas também pela profundidade emocional que Strauss consegue extrair de seus personagens. A combinação da grandiosidade da orquestração de Strauss com a complexidade dramática da ópera, que alterna entre momentos de intensa carga emocional e cenas de comédia, revela a maestria do compositor em trabalhar com contrastes e emoções humanas universais.
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